Em ambientes industriais que buscam a Excelência Operacional via Lean Manufacturing, compreender o grau de abastecimento de estoque e o grau de nivelamento é essencial para evitar distorções que comprometem a tomada de decisão.
Muitas organizações ainda interpretam “estoque cheio” como sinônimo de eficiência logística, desconsiderando o equilíbrio entre os itens. Essa visão incorreta resulta em rupturas de itens críticos, excesso de materiais de baixa prioridade e indicadores que não revelam os reais problemas do sistema.
Neste blog, você verá como o entendimento correto desses dois conceitos evita decisões logísticas equivocadas, sustenta o fluxo Lean e contribui para uma operação mais madura e eficiente.
Acompanhe conosco!
Grau de abastecimento de estoque: o que de fato significa?
O grau de abastecimento de estoque representa o percentual de ocupação real do estoque em relação ao total máximo dimensionado.
Em termos simples:
- Um item A com 90% de abastecimento está quase cheio em relação ao seu total máximo
- Um item B com 155% de abastecimento está em excesso em relação ao seu total máximo
- Um item C com apenas 10% de abastecimento está baixo em relação ao seu total máximo
Considerando que o tamanho das prateleiras é o mesmo para cada SKU, a média do abastecimento é 85%. Todavia, essa métrica isoladamente pode induzir ao erro, pois a visão macro de estoque acaba ocultando problemas pontuais em alguns itens, especialmente se os itens mais críticos/excesso.
Grau de nivelamento: distribuição equilibrada segundo a demanda
Já o grau de nivelamento avalia a consistência da distribuição entre os itens, comparando a proporcionalidade entre o que foi abastecido e o que cada item representa no sistema.
O conceito central é a variação: quanto menor a variação entre os graus de abastecimento dos itens, maior o nivelamento.
Exemplo:
- Situação A: Item A com 155%, B com 65%, C com 5%.
- Grau de abastecimento total: razoável.
- Grau de nivelamento: ruim (grande variação).
- Situação B: Todos os itens com 30% de abastecimento.
- Grau de abastecimento: baixo.
- Grau de nivelamento: excelente (baixa variação).
Grau de abastecimento de estoque e grau de nivelamento, na prática
A imagem abaixo exemplifica esses conceitos com base em dados reais de uma operação industrial.
Legenda da imagem: Exemplo prático do cálculo do grau de abastecimento e do grau de nivelamento entre itens de diferentes famílias de produto.
O grau de abastecimento de estoque é calculado como a soma do total em estoque real dividido pelo total máximo dimensionado de cada item dentro de uma família.
Já o grau de nivelamento é obtido por meio da fórmula: 1 menos o desvio padrão dos graus de abastecimento entre os itens da mesma família. Ou seja, quanto menor for a variação entre os itens abastecidos, maior será o nivelamento — aproximando-se de 100%.
Por que o nivelamento é mais importante que o volume absoluto?
Estoque excessivo não elimina rupturas se os itens essenciais estiverem mal abastecidos. A verdadeira eficiência está no alinhamento entre a disponibilidade dos itens e sua relevância na cadeia de valor.
O nivelamento evita:
- Superdimensionamento de itens de baixa saída;
- Falta de materiais críticos;
- Oscilações de produção por falta de componentes.
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Decisões logísticas equivocadas: o risco de ignorar o grau de abastecimento de estoque e de nivelamento
Um estoque pode apresentar alta ocupação e, ainda assim, estar desalinhado com o consumo real.
Indicadores que ignoram o nivelamento mascaram distorções graves e dificultam a gestão de prioridades.
Avaliar apenas o total abastecido pode levar a:
- Decisões de reposição inadequadas;
- Dificuldade de enxergar gargalos logísticos;
- Interrupções na produção mesmo com estoque cheio.
Conclusão: medir certo é decidir com precisão
Entender a diferença entre grau de abastecimento e grau de nivelamento é essencial para uma gestão de estoques eficaz.
Abastecer bem é mais do que encher prateleiras; é garantir que cada item esteja presente na proporção certa para sustentar o fluxo de valor.
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