No ambiente industrial, entender a diferença entre eficácia e eficiência na produção é fundamental para evitar armadilhas comuns na gestão por indicadores. Em muitas fábricas, a alta eficiência interna é celebrada como sinônimo de sucesso. Mas o que acontece quando essa eficiência não se traduz em valor real para o cliente? Entregar rapidamente um produto errado, incompleto ou fora do prazo é ser eficiente, mas não eficaz. E é justamente essa distorção que compromete a rentabilidade e o desempenho de longo prazo.
Neste blog, você vai ver como diferenciar eficácia e eficiência na produção, entender os riscos de indicadores mal definidos e descobrir como alinhar sua gestão ao que realmente importa: o valor entregue ao cliente.
Acompanhe!

Eficiência: alocação de recursos dentro da organização
Para começar, é importante entender o que de fato significa operar com eficiência no ambiente produtivo.
Eficiência, no contexto industrial, está relacionada à alocação de recursos dentro da organização. Isso envolve a quantidade de tempo, dinheiro e energia (isto é, os recursos) que são necessários para a obtenção de resultados. O foco está em fazer mais com menos.
Se você consegue atingir sua demanda diária com menos energia, tempo ou pessoas, você está operando de forma mais eficiente. Indicadores como produtividade por hora, utilização de máquinas e o OEE (Overall Equipment Effectiveness) são frequentemente utilizados para medir eficiência. Contudo, esses indicadores mostram apenas a performance interna do processo. Não revelam se aquilo que está sendo produzido está, de fato, atendendo à demanda real do cliente.
Eficácia: nível de satisfação das exigências do cliente
A eficácia é a capacidade de atender plenamente às exigências do cliente. Ou seja, é entregar o que é necessário, com qualidade, na quantidade certa e no prazo acordado.
A eficácia compara o que um processo ou uma instalação pode produzir com o que realmente produz, considerando a sua capacidade e aderência à demanda.
Ela está conectada diretamente ao valor percebido por quem consome o produto ou serviço. KPIs como OTIF (On Time In Full — entregas no prazo e completas), lead time, OEE Real vs. OEE Necessário são bons exemplos de indicadores para avaliar a eficácia de um sistema produtivo.
Enquanto a eficiência responde à pergunta “Como estamos produzindo?”, a eficácia responde à pergunta “Estamos entregando o que é realmente necessário?”.
Quando esses dois conceitos não andam juntos, surgem distorções que comprometem o desempenho real da operação.
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A armadilha da eficiência sem eficácia
Imagine uma operação com OEE acima de 85% — um indicador excelente sob a ótica da eficiência. No entanto, essa mesma operação apresenta alto nível de retrabalho, entregas incompletas e pedidos fora do prazo.
Neste caso, os indicadores transmitem uma falsa sensação de controle, mascarando problemas reais no atendimento ao cliente.
Essa desconexão pode levar a:
- Alocação errada de recursos;
- Excesso de estoques intermediários;
- Altos custos com retrabalho e desperdícios;
- Redução da percepção de valor pelo cliente.
Esse tema se relaciona diretamente com outros desafios abordados pela Borgatti Consulting, como no artigo “Indicadores Lean: Entenda a diferença entre os Indicadores de Processo e de Resultado“, onde mostramos como métricas mal escolhidas comprometem a estratégia.
Eficiência e eficácia na produção sob a ótica do Lean
No Lean Manufacturing, o foco está na geração de valor para o cliente e na eliminação dos desperdícios (muda).
Nesse contexto:
- Eficiência é relevante, mas apenas quando está conectada à entrega de valor;
- A eficácia é o que garante que o fluxo produtivo está alinhado à demanda real;
- Técnicas como produção puxada e takt time, que representa o ritmo necessário para atender à demanda do cliente, ajudam a equilibrar capacidade e necessidade do cliente.
Leia também: Você está medindo certo? Como evitar armadilhas na escolha de indicadores industriais
Para traduzir esses conceitos em práticas de gestão, é essencial utilizar indicadores que conectem produtividade ao valor gerado.
Conclusão: não se engane com produtividade aparente
Indicadores de eficiência são importantes, mas se analisados isoladamente podem gerar uma ilusão de produtividade. O verdadeiro desempenho está em entregar valor ao cliente de forma consistente e sem desperdícios.
Uma empresa eficaz e eficiente está orientada por indicadores que revelam o que realmente importa.
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